domingo, 10 de janeiro de 2021


Entendi que, em vez de tentar me livrar do meu pânico, tive de me familiarizar com o rígido sentido do eu que tentava manter as coisas no lugar. Poderia deixar o pânico ter vida própria. Ele se dissolveria para sempre ou talvez ressurgisse novamente e, ainda outra vez, mas, de qualquer maneira, conseguiria viver com isso; e vi que, mesmo se me livrasse do meu pânico, outras ondas surgiriam e sempre haveria circunstâncias difíceis, tristeza, doença, ansiedade e emoções fortes. Mas, sem uma mente fixa, esses problemas da vida diária poderiam retornar à mente oceânica mais ampla e mais espaçosa. Tentar parar as ondas seria como tentar para a mente ou agarrar o ar em nossas mãos. Não é possível.


Yongey Mingyur Rinpoche

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