No primeiro dia em que me vi nesse estado, e mais
consciente das coisas ao meu redor, tive a primeira experiência extraordinária.
Havia um homem consertando a estrada; aquele homem era eu; a picareta era eu; a
picareta que ele segurava era eu; as próprias pedras que ele estava quebrando
eram uma parte de mim; a tenra relva era o meu ser, e a árvore atrás do homem
era eu. Podia sentir e pensar como o homem que consertava a estrada e podia sentir o vento que passava pela árvore e
também podia sentir a pequenina formiga na relva. Os pássaros, a poeira e até o
barulho eram parte de mim.
Naquele momento um carro passou a alguma distância, eu era
o motorista, o motor e os pneus; à medida que o carro se distanciava de mim,
também eu me distanciava de mim. Eu estava em tudo, ou melhor, tudo estava em
mim, o animado e o inanimado, as montanhas, o verme e tudo que respira.
Fiquei o dia todo nesse estado feliz.
Jiddu Krishnamurti
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