segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Não confundir a mente com os fenômenos

"Na meditação, nós trabalhamos para desenvolver a mente alerta, de forma que essa permaneça sempre desperta. Trabalhando com energia e paciência, a mente pode adquirir firmeza.

Os fenômenos são uma coisa e a mente é outra. São coisas distintas. Quando entramos em contato com algo que nos dá prazer, tentamos retê-la. Quando algo nos desagrada, queremos afastar-nos dela. Essas atitudes não são ver com a mente clara, mas sim perseguir os fenômenos. Fenômenos são fenômenos, mente é mente. Temos que distinguir e reconhecer o que é a mente e o que são os fenômenos. Só então podemos ficar à vontade.

Se nos enfurecemos por alguém falar asperamente conosco, significa que estamos iludidos pelo fenômeno e apegados a ele;  a mente foi capturada pelo objeto e segue seus humores. Por favor, entenda que todas essas coisas experienciadas externamente e internamente não são nada além de decepções. Elas não são certas ou verdadeiras, e ao persegui-las, nos perdemos.

Se não entendemos o Dharma, se não conhecemos a mente e não reconhecemos os fenômenos, confundiremos a mente e os fenômenos. Então, experimentamos sofrimento e sentimos como se nossa mente estivesse sofrendo. Sentimos nossa mente vagando, infeliz, mudando o tempo todo. Mas não é esse realmente o caso: não há mentes diversas, mas sim diversos fenômenos.

As pessoas sentem suas mentes infelizes ou aflitas mas na realidade não há nada mais feliz e confortável do que a mente. Lembre-se disso: quando vocês experimentarem essas coisas no futuro, recordem, "Achaan Chah disse, 'Isso não é a mente.' "

Achaan Chan
(em "Everything Arises, Everything Falls Away") 

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