segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Se não há esclarecimento o suficiente nas outras pessoas, não adianta sair brigando, não vale a pena. Nada fazer, nesses casos, é como preservar a sanidade mental e a paz na sua própria mente. Se as circunstâncias em volta tentam deslocar-lhe desse centramento, a única opção é eu ter me sentado [em zazen] o suficiente para saber que minha mente funciona assim, e eu não vou permitir que ela se desvie agora. Então, apesar da turbulência de tudo o que está acontecendo, eu vou simplesmente esperar. Não acontecerá nada por eu esperar, e, mesmo que aconteça alguma coisa inevitável, você tem que saber aceitar.

Uma vez o meu primeiro professor me perguntou: “Se você está em um local e há quatro montanhas, uma na sua frente, outra nas suas costas, outra de um lado e outra do outro (ele era Japonês, e no Japão terremotos são comuns, ocorrem todos os dias), se as quatro montanhas começam a cair em cima de você  e não tem nenhum lugar para ir, o que você faz?”. Eu disse: “Não sei.” Ele replicou: “Tão simples – deixe cair. Você aceita, senta e deixa cair. Porque, se é inevitável, você tem que saber aceitar”. 

É isso que tem que estar presente na mente do praticante espiritual: você está realmente preparado para a hora da sua morte? Porque pode acontecer hoje, amanhã, a qualquer momento. Que mente você tem? É uma mente capaz de aceitar todas as montanhas caindo em cima de você? Se você se sentar e aceitar o inevitável, bom, então vai morrer bem.


Monge Genshô

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