domingo, 22 de janeiro de 2023

Se a pessoa não se apega mais a nada, mas permanece focada em não se apegar e considera essa a prática correta, na verdade ela permanece com a mente aprisionada. Está presa à forma, pois aprecia a prática e se aferra a ela.


Se a pessoa não se apega mais a nada e também abandonou o próprio desapego, este é o bem intermediário, é o reino sem forma. Mas embora ela evite cair na dualidade, a consciência de sua condição existe. Essa é o estágio dos bodhisattvas.


Quando ela não habita mais no desapego, e nem mesmo compreende o não-habitar também, este é o bem completo. Agora, sim, ela não está presa realmente a nada.


Se puder passar por essas três fases, a pessoa não será mais obstruída por elas. Ela agora é desperta, nada mais pode prendê-la. Ela é um Buda. Este é o estado supremo, o mais alto conhecimento - essa é a iluminação. Um Buda tem a natureza iluminada; ele é um guia. Pode usar livremente causa e efeito, virtude e conhecimento. Na vida, não é apegado à vida; na morte, não é abalado pela morte. Embora vivendo imerso em meio ao mundo material da sensação, percepção, coordenação e consciência, é como se uma porta tivesse se aberto e ela não é mais capturada por qualquer um desses cinco aglomerados. O Buda é livre para ir ou ficar, sair ou entrar neles sem qualquer dificuldade.



Baizhang (720 - 814)


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