A pergunta do meu pai, dirigida a
cada um de nós, era: o que você vai fazer em meio a sons assustadores? Ou em um
trem lotado e fedorento? Ou em um ataque terrorista, ou em uma guerra, ou,
ou... em qualquer um dos incontáveis eventos indesejáveis da vida: um
diagnóstico de saúde debilitada, um pneu furado, uma percepção de ser
menosprezado, desrespeitado ou rejeitado? O que você vai fazer quando sentir
sua vida sendo interrompida por circunstâncias indesejáveis? Conseguirá manter
uma mente estável capaz de acolher o que não deseja, e ainda ser de benefício a
si mesmo e às outras pessoas? Ou implodirá de medo, raiva ou descontrole? Como
agimos quando não obtemos o que queremos ou quando não queremos o que temos?
Estou no bardo do renascimento agora, entre a morte do velho eu e o nascimento
do que vem a seguir. Vir a ser e renascer, sempre no bardo do desconhecido, o
incerto, o transitório.
Yongey Mingyur Rinpoche
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