quinta-feira, 4 de novembro de 2021

 

Em abril de 2020 experimentei (não ‘eu’, pois não havia um ‘eu’ experimentando) a ausência de identificação com o ego e o corpo como descrita pelos sábios. ‘Eu’ não fazia alguma coisa; havia apenas o fazer. ‘Eu’ não era testemunha dos fatos; havia apenas o testemunhar do que ocorria. Eu e tudo o mais éramos um.

Tudo era curiosamente... cômico. Testemunhando assim, do alto, com amplitude, havia a percepção da tolice daquilo tudo. Nada, pois mais sério que parecesse, realmente o era.

Esse estado durou poucos dias (dois? três?) e há uma profunda gratidão por tê-lo vivido, mas também (o meu ‘eu’ sente) melancolia por não o sentir agora, pelo véu de ilusões que permiti cobri-lo.

Devo evocar essa lembrança a cada manhã, antes de iniciar o dia. Antes de meditar. A lembrança do que é ser tudo. E não ser nada. De ver do alto da montanha a relatividade e a pequenez de tudo aquilo que julgamos achar tão importante. E que não é. Só tem importância em nossa ilusão.

É preciso trazer essa pérola à lembrança. Sempre.

 

eu

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