Sunim nunca se contentou
em se ficar apenas com o que havia percebido. Ela seguiu em frente, sem apegar-se
a nenhuma experiência ou conceito. À noite parava de andar e dormia onde quer
que estivesse, geralmente em um campo ou nas montanhas. Molhada do orvalho da
manhã, ela recebia a madrugada quando chegava o início de cada dia. Enquanto a
luz se espalhava pelo país, ela vagava por onde seus pés a levavam. Se tivesse
sorte encontraria algumas frutas silvestres, mas o mais comum é que passasse fome.
Tudo o que tinha para vestir era um fino conjunto de roupas de verão. No
inverno ela passava as noites frias em santuários vazios nas montanhas - quando
era possível. Se tivesse sorte encontrava um palheiro, que ela achava a cama
mais maravilhosa possível. Seus pés congelavam pelo frio e a pele inchada
rachava, mas mesmo a dor não a desanimava. Ela nunca tentou encontrar algum
professor em particular.
"Todos os seres e coisas eram meus professores.
Animais selvagens, pássaros, uma moita de capim e até mesmo uma pedra sob meus
pés eram todos meus professores, e eles me davam ensinamentos incomparáveis. Eu
compreendi a verdade a partir das pequenas coisas, mais do que através dos textos
budistas ou sentada em meditação. Acima de tudo, confiava no meu professor
supremo, a Natureza Búdica, que me conduziu ao meu eu interior. E os seres
sencientes, cegos com seus olhos abertos, rindo quando felizes e chorando
quando tristes, foram também meus professores. Se não fosse eles, como eu teria
compreendido a verdade de que o Buda e todos os seres são inseparáveis? "
Daehaeng Sunim
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