quarta-feira, 10 de julho de 2019

É você – o observador – uma entidade morta a observar uma coisa viva, ou você é uma coisa viva a observar outra coisa viva? Porque, no observador, existem os dois estados.

O observador é o censor que não deseja o medo; é o conjunto de todas as suas experiências relativas ao medo. E assim o observador está separado da coisa a que chama medo, há espaço entre ambos; está perpetuamente tentando dominá-lo ou dele fugir, e daí provém essa batalha entre ele próprio e o medo – essa batalha que é uma enorme perda de energia.

Observando-o, você verá que o observador é meramente um feixe de ideias e lembranças sem validade, sem substância nenhuma, ao passo que o medo é uma realidade. O observador é o medo e, uma vez percebido isso, não há mais dissipação de energia no esforço para livrar-se do medo, e o intervalo de tempo-espaço entre o observador e a coisa observada desaparece. Quando perceber que você é uma parte do medo, que não está separado dele, que você é o medo, então nada poderá fazer a respeito dele: o medo acabou totalmente.

        
Jiddhu Krishnamurti
(em “Liberte-se do Passado”)

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